A primeira opção a ser adotada para se superar a obesidade deverá ser sempre o tratamento clínico, com medidas nutricionais, sociocomportamentais e, em alguns casos, farmacológicas. É importante excluir qualquer condição orgânica que possa causar ou estimular o acúmulo de gordura corporal.

Nem todos os indivíduos obtêm sucesso a longo prazo apenas com o tratamento clínico. Em casos muito específicos, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) tem normas claras a esse respeito. De acordo com a entidade, o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida é indicado para:

  1. portadores de obesidade grau III com IMC igual ou maior que 40kg/m2, registrado durante pelo menos dois anos. Estes pacientes devem apresentar insucesso em tratamentos conservadores (dietas, medicamentos, psicoterapia) realizados continuamente, de maneira séria e correta, também por no mínimo dois anos;
  2. pacientes com IMC entre 35kg/m2 e 39,9kg/m2 portadores de doenças associadas à obesidade.

A idade também deve ser levada em consideração. A normatização prevê a realização de cirurgia em pacientes entre 18 e 65 anos. Alguns dos critérios estabelecidos comportam certa flexibilidade, diante da gravidade do caso.

Além de eficaz, o tratamento cirúrgico tem se mostrado mais eficiente em relação ao tratamento clínico quando comparados a longo prazo. Para ser submetido a qualquer tratamento cirúrgico, todo paciente deve se enquadrar em critérios bem estabelecidos.

A equipe multidisciplinar – composta por endocrinologistas, nutricionistas, cardiologias, psicólogos e, em alguns casos, psiquiatras – é fundamental para o sucesso da cirurgia e a manutenção da perda de peso. O paciente também deve ter em mente que ele próprio tem um papel fundamental para o êxito do tratamento.